Assim que Analiy saiu, voltei para minha cama, ainda sentia meu corpo exausto pedindo para que eu voltasse para cama e desse um tempo a mim mesmo. Não consegui pegar no sono novamente, o perfume de Analiy ainda estava em meus travesseiros, minha cama e meu quarto e principalmente em minha roupa e meu corpo. Era envolvente, um perfume que eu jamais senti em garota alguma, algo meio doce com um aroma de rosas no fundo, um perfume bem feminino, floral. Estava embriagado no perfume que estava em meu travesseiro, pensando na noite que acabamos de passar juntos e senti um pequeno arrepio em meu corpo, balancei a cabeça tentando voltar à vida real, aquilo não poderia ter acontecido ou estar acontecendo.
Logo meu celular toca, era Andrew me ligando avisando da festa de natal que iria ter na casa dele, se não fosse ele que tivesse me ligado teria esquecido e jamais me perdoaria por esquecer-me da festa do meu melhor amigo. Logo após o telefonema de Andrew resolvi olhar no relógio, já passavam do meio dia, tinha que preparar algo para comer, tomar um banho e começar a me arrumar para ir à casa de Andrew, não fazia nem ideia de quem ele havia convidado. Por um instante, ainda me ajeitei na cama me embriagando no perfume de meu travesseiro, mas quando voltei a mim mesmo notei que já se passavam das 14 horas, balancei novamente a cabeça, fazendo com que a imagem dela saísse de meus pensamentos, devo ter cochilado, não eu não poderia ter me entregado.
com quem está em sua volta, com suas ações. Suas últimas palavras ecoavam em minha cabeça por várias vezes, sempre a mesma frase “Só não se apaixone por mim” o que ela queria dizer com isso? Sabia que não podia me apaixonar por ela, mas por que repetia a mesma frase? Em meio os pensamentos escuto meu celular tocar novamente, voltei a “vida real” abandonando toda aquela confusão, abandonando a imagem de seu sorriso, o seu perfume. Sai do banho e me enrolei na toalha, mas não cheguei a tempo para atender a chamada, no visor mostrava “uma chamada perdida” e o número de Analiy, logo seguido um segundo bip, um correio de voz, ela havia deixado uma mensagem de voz, não eu não poderia escutar naquele momento... Coloquei o celular em cima da cama e me preparei para vestir uma roupa para ir à casa de Andrew, meu estomago roncou, foi quando olhei no relógio, já se passavam das 16 horas, não tinha comido e nem sabia o que iria vestir, por um instante pensei em ficar em casa, em passar a noite de Natal sozinho em casa, com meus pensamentos, mas não, eu precisava me distrair e rápido antes que tudo aquilo voltasse e não podia faltar a festa de meu melhor amigo.
Abri meu guarda roupa, peguei uma camisa, uma calça e uma blusa, sentia um pouco de frio, um vazio, não aquilo não podia estar acontecendo, foi quando escutei novamente em meus pensamentos “Só não se apaixone por mim” não entendia o que ela queria dizer com isso, não poderia me apaixonar assim tão fácil ou poderia? As
roupas ainda penduradas no meu braço estavam ficando pesadas, foi quando me dei conta de que ainda estava parado na frente do guarda roupa, corri e me vesti, peguei o celular e coloquei no bolso, fui para cozinha preparei algo para comer, um lanche rápido, um pão com geleia era o suficiente para manter o meu estômago quieto até a hora de jantar na casa de Andrew, mas quem estaria lá? Eu não fazia ideia quais eram as pessoas que ele havia convidado e nem fui capaz de perguntar quem estaria lá, peguei meu celular pensando em ligar para ele, quando vi novamente o ícone indicando que havia uma mensagem de voz, liguei para a caixa postal, mas antes mesmo de digitar a senha desliguei, não, eu não podia escutar aquela mensagem, coloquei o celular de volta no bolso, levei meu prato para pia e peguei as chaves do carro, iria devagar até a casa de Andrew, pois estava sempre me perdendo em meio aos meus pensamentos. Era inevitável passar na frente da casa dela saindo de minha casa, meu coração batia forte, e se ela estivesse na frente de casa e me visse? E se ela pedisse para eu parar? Eu sabia que deveria ser o mais discreto possível, pois ao vê-la eu iria realmente seguir os instintos dela, o instinto dos meus pensamentos, era o que eu mais desejava neste momento, mas não podia arriscar... Foi quando lembrei que o carro de Sally estava na garagem, larguei as chaves do meu carro de lado e fui com o carro dela, isso iria evitar um encontro fora de hora.
Sai de casa com as chaves do carro de Sally nas mãos, entrei em seu carro e dei a partida, balancei a cabeça novamente e espantei os pensamentos, sai devagar da vaga, fui a uma boa velocidade até a rua da casa dela, mas ao me aproximar, deixei com que o carro fosse apenas deslizando pela pista, ao chegar à frente da casa dela o
carro estava em uma velocidade bem baixa, olhei, não havia ninguém, mas as luzes estavam acessas, tinha alguém em casa, não podia ver se seu carro estava lá, a garagem era fechada, tornei a acelerar com medo que alguém saísse ali, pois se fosse ela já sabia que iria parar... Logo estava atravessando a ponte, observando o por do sol, perdido em meus pensamentos...
Cheguei à casa de Andrew mais rápido do que eu imaginava, estacionei meu carro, segui até o interfone e apertei o botão que chamava no seu apartamento, ele logo deixou que eu subisse, não tinha outra forma, eu já estava lá perdido em meus pensamentos, entrei no elevador e apertei o botão que leva ao andar do apartamento dele, saindo do elevador não escutava barulho algum, abri a porta, e logo ele me recebeu com um abraço, eu tinha sido o primeiro a chegar...
Quando o pessoal estava indo embora me juntei a eles e fui embora também perdido em meus pensamentos, Andrew havia percebido, mas não poderia contar nada a ele, não agora, me despedi de Andrew e seus amigos, não conhecia ninguém que estava na casa dele. Sentei no carro de Sally, respirei fundo e dei a partida, teria que passar
na frente da casa de Analiy novamente, ao lembrar meu coração começou a bater forte novamente, foi quando me dei conta de que ainda estava parado na rua com o motor ligado, pisei no acelerador e fui embora, já era tarde, pensei por um momento não ir para casa, mas àquela hora e na noite de Natal não teria nada aberto, segui meu
caminho, chegando à ponte, meu coração começa a bater forte novamente, respirei fundo e pisei no acelerador com mais força ainda, mas ao chegar ao meio da ponte automaticamente tirei o pé do acelerador, o carro foi perdendo a velocidade e novamente estava passando na frente da casa dela em baixa velocidade, olhando para casa, as luzes ainda estavam acessas, acelerei novamente para não ser visto, não havia ninguém na frente da casa.
Cheguei em casa mais rápido do que podia imaginar, estacionei o carro de Sally e segui para dentro de casa, mas ao chegar na porta meu celular toca novamente, peguei-o do bolso, quando olho no visor era Analiy, meu coração batia cada vez mais forte, minha respiração estava rápida, mas não atendi, não eu não podia atender, coloquei o celular ainda tocando no bolso, mas logo parou, entrei em casa, não demorou muito veio o bip da mensagem de voz, eu não iria escutar, segui direto para o meu quarto, era o lugar que desde de manhã não queria sair, o seu perfume estava lá, tirei a minha roupa, coloquei o celular na cama ao meu lado, abracei um dos travesseiros com o seu cheiro, o seu perfume e me embriaguei em meio aos meus pensamentos, mas olhava para o celular e o ícone da mensagem de voz estava piscando, peguei o aparelho e liguei para a caixa postal, digitei a senha e escutei impaciente as instruções da operadora, digitei o número correspondente a escutar a mensagem, foi quando a doce voz de Analiy ecoou em meu ouvido “Quero mais uma noite com você Chris, me ligue quando puder”, não aquilo não poderia estar acontecendo comigo, pressionei para escutar a segunda mensagem “Sei que você quer Chris. Vi que as duas vezes que passou com o carro de Sally em frente de casa você diminui a velocidade e ficou olhando”, ao escutar a última mensagem desliguei rápido, parecia até que ela poderia me ver escutando as mensagens, coloquei o celular de lado ainda ligado, foi quando me dei conta de que ela poderia me ligar a
qualquer momento novamente, desliguei o celular e corri para o telefone e o tirei do gancho, não eu não queria falar com ela, não naquele momento... Voltei para o meu quarto, abracei o travesseiro com o seu doce perfume, fechei os olhos e imagens da gente fazendo amor vieram de uma forma bem fácil junto com seu sorriso... E em
meio aos meus pensamentos peguei no sono...